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Em nova onda de violência, 20 cristãos são assassinados em Moçambique

Em nova onda de violência, 20 cristãos são assassinados em Moçambique

Uma onda de ataques contra cristãos no norte de Moçambique, em Cabo Delgado, reacende preocupações internacionais sobre a violência de grupos extremistas na região.

De acordo com a organização Portas Abertas do Reino Unido e Irlanda, ao menos 20 cristãos foram mortos em um único ataque, e cerca de 1.300 casas, além de duas igrejas, foram destruídas.

A ofensiva ocorreu no início deste mês na vila de Napala, localizada no distrito de Chiúre.

Relatos locais atribuem os ataques ao grupo Ahlu Sunnah wa Jama’ah, frequentemente chamado de “al-Shabaab” na região de Cabo Delgado.

Com a retirada das forças de defesa e segurança do Estado moçambicano, a região ficou mais vulnerável, o que facilitou a destruição em larga escala.

Segundo um pastor local ouvido pela Portas Abertas: “Tudo piorou quando as FDS (Forças de Defesa e Segurança) tentaram intervir sem sucesso. Quando fugiram, deixaram tudo pior para aquelas pessoas.”

E continuou: “Lamentamos a morte de quatro irmãs idosas que foram amarradas e queimadas dentro de uma casa pelos insurgentes.”

Comunidade cristã é alvo

O relatório destaca que os ataques não foram incidentes aleatórios, mas que a comunidade cristã foi claramente alvo.

Em um boletim informativo de uma facção do Estado Islâmico (ISIS) circulado na África, há uma mensagem dirigida aos cristãos com três opções: converter-se ao Islã, pagar a jizya (imposto aplicado a não muçulmanos) ou enfrentar “morte e expulsão”.

O texto elogia o que chama de “jihad” contra cristãos em Moçambique e na região oriental da República Democrática do Congo.

Impactos e silêncio

As consequências humanitárias da ofensiva são sérias: cerca de 2.000 crentes foram deslocados, além da destruição de casas e igrejas.

Uma fonte da igreja em Moçambique descreve “medo, intimidação e exaustão emocional” entre líderes e fiéis.

Ela critica ainda o que considera uma resposta fraca ou insuficiente por parte do governo moçambicano, que impõe ainda restrições severas à divulgação de informação nas zonas de conflito, como por exemplo, proibição de fotografias.

Desde 2017, a província de Cabo Delgado tem sido palco de um conflito marcado por interesses econômicos, como gás natural e recursos minerais, insurgência armada e extremismo religioso.

A retirada ou a presença instável das forças governamentais tem criado vácuos de poder, facilitando a ocorrência de ataques como o mencionado.

Especialistas observam que a crescente ligação ideológica entre grupos locais e movimentos internacionais como o ISIS intensifica o risco – tanto para a população cristã quanto para comunidades muçulmanas que não aderem às ideologias mais radicais.

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